Por mais expêriencia que um profissional tenha com qualquer tipo de sindrome, pode saber que ainda não se sabe nada. As crianças e as famílias nos ensinam muito como adequadar o nosso trabalho para que haja melhora no paciente.
Tenho atendido algumas crianças Autistas, e observo cada uma delas com suas caracteristicas, mesmo sendo uma única síndrome. A família é a chave para o desenvolvimento desde a infância. Tenho notado que por si só um diagnóstico de Autismo, afeta muito a família, e que na maioria das vezes a mãe se sente culpada pelo filho ter o problema, tem sido muito comum observar tamanho o sofrimento das mães, e também demais familiares.
Tenho visto o desespero das familias em suas casas por não ter o controle da criança, e achar que não conseguirá alcançar todos os objetivos propostos por profissionais. Já outras mães tem se mostrado muito fortes e dispostas a fazer o impossível para que seus filhos(as) sejam incluidos na sociedade, tenham uma linguagem desenvolvida, e essas mães abrem mão de tudo para investirem tempo nos filhos para que ver o desenvolvimento. Mesmo assim é importante que essas famílias recebam muitas orientações e que tenham paciência para também aprendam e colaborarem com tal desenvolvimento.
Tenho aprendido muito com cada criança que eu atendo, pois cada uma tem sua forma de reter as informações. Fico muito feliz ao inserir uma proposta terapêutica e insistir até funcionar. Tenho algumas experiências muito marcantes como ver após dias de estimulação de linguagem por meio de vários materiais, ver a alegria da mãe quando sua filha disse mamãe pela primeira vez aos 5 anos de idade, e olhava para a foto e para a mãe fazendo o reconhecimento, e com um sorriso lindo.... a mãe não pode conter tanta emoção.... também quando começou a falar e reconhecer as cores, frutas, familia dentre outros e chamar pelo nome ou apontar. Para esta familia essas conquistas foram marcantes, pois o diagnótico de Autismo ja estava fechado e não havia uma comunicação e nem socialização dessa criança. Observei que no ínicio a mãe estava perdida sem saber o que fazer, desorganizada, e comecei a orientar a mãe quanto a rotina, brinquedos e muitos estimulos que deixava a criança ainda mais agitada, hoje percebo o quanto essa mãe está mais organizada e consegue trabalhar mais com a criança e as respostas tem sido surpreendentes. Quando a família está inserida no tratamento e é bem orientada o tratamento funciona. Se você ainda não está inserido no programa de tratamento de seu filho(a) começe a questionar e a procurar formas de se inserir, você verá que os resultados serão cada vez melhores.
Como Fonoaudióloga eu acredito no potencial de aprendizado de cada criança, mesmo com suas particularidades, é necessário adequadar o material a ser trabalhado com cada criança individualmente e ter também a adequação de um material para ensinar as familias como podem trabalhar em casa com os filhos, pois o tempo de terapia seja em casa ou no consultório não são suficientes e a família toda pode contribuir.
Se você tem uma criança especial conte a sua história aqui no blog, vamos compartilhar e trocar informações sobre as necessidades e os tratamentos de crianças com diversas sindromes. Deixe seu comentário ou história de vida, suas dúvidas... assim que puder entro em contato para ajuda-los(as).
Patricia Lopes
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