06 dezembro 2012

Otites frequentes durante os primeiros anos de vida estão geralmente associados ao Déficit do Processamento

 




 Fonte:http://www.winaudio.com.br, American Speech-language- hearing association

A maioria dos pais quando se defronta com uma criança com perturbação do processamento auditivo relata um discurso comum: “o meu filho parece que não escuta embora tenha tido um exame audiológico normal”; "o meu filho distrai-se e não compreende bem o que dizemos se houver barulho no local”, "esta sempre a perguntar ah?, o que?, preciso repetir muitas vezes o
que digo."


          Neste sentido, o DPAC é uma alteração no funcionamento do processamento auditivo, se refere a um transtorno auditivo em que há um impedimento da habilidade de analisar e/ou
interpretar padrões sonoros, mesmo com audição nos padrões da normalidade.
         Pode-se dizer que processamento auditivo é “aquilo que fazemos com o que ouvimos”. Os processos neurocognitivos estão envolvidos. A memória, atenção e linguagem são integrantes no processo de análise na entrada da informação pelo canal auditivo. Uma perturbação do processamento auditivo difere da surdez, pois a pessoa pode não ter perda de audição. A dificuldade está em entender e processar corretamente aquilo que se ouve.
Alguns sinais que podem ajudar a identificar o distúrbio
- Mostra-se excessivamente desatento;
- Apresenta reações exacerbadas para sons intensos;
- Tem uma reação lenta ao responder a estímulos auditivos (aumento do tempo de latência das
respostas);
- Tem dificuldade na localização sonora;
- Tem dificuldade em acompanhar uma conversa quando muita gente fala ao mesmo tempo;
- Confunde a ordem dos fatos ou não compreendem uma história ou anedota com duplo
sentido;
- Não atende prontamente quando é chamado ou necessita que o chamemos muitas vezes
para que responda;
Tem dificuldade em pronunciar o /R/ e o /L/;
- Fica confuso ao narrar uma história ou quando tem que dar um recado;
- Apresenta dificuldades na escola, principalmente nas disciplinas de Matemática e de
Português;
- Demora muito para conseguir aprender a ler e a escrever;
- Troca muito as letras na escrita;
- Tem uma má caligrafia;
- Confunde-se sistematicamente ao identificar e a distinguir a direita da esquerda;
- Não consegue entender corretamente os textos que lêem;
- Tem dificuldade em memorizar as coisas;
- É muito agitado ou, pelo contrário, quieto demais;
- Solicitam a repetição de informações auditivas;
- Procuram pistas visuais no rosto do falante;
- Tem histórico de infecções repetitivas nos ouvidos (otites), principalmente nos primeiros nos
de vida;
- Gagueja ao falar;
- Desajustes sociais: tendência ao isolamento.
      Para se confirmar que se está perante uma dificuldade de processamento auditivo central, a primeira providência recomendada é consultar um médico otorrinolaringologista. Após verificar que não há perda auditiva, ou esta seja mínima, passa-se então para a avaliação do
processamento auditivo, por meio de exame específico chamado PA (Processamento Auditivo). Constatado que o problema está nesta esfera – perturbação do processamento auditivo – deve iniciar-se o tratamento que é conduzido por uma terapeuta da fala para que tal perturbação possa e deva ser tratada. A reabilitação do indivíduo com transtorno do PA deve ser planejada e realizada por diferentes profissionais (fonoaudiólogo, neurologista, psicólogo) baseando-se nas necessidades individuais de cada paciente dependendo da natureza, das manifestações funcionais e do grau do problema. Envolve a modificação ambiental, para garantir o acesso à informação auditiva, a intervenção direta, que se trata do uso de técnicas que trabalhem as habilidades auditivas deficientes, e o uso de estratégias compensatórias, como uso de pistas visuais, contextuais e linguísticas.
O que pode causar o DPAC
- Genético, um grande número de casos é hereditário, pais e filhos apresentam características
semelhantes;
Otites frequentes durante os 3 (três) primeiros anos de vida (processos alérgicos respiratórios
tais como sinusites, rinites e até mesmo refluxo gastro-faríngeo estão comumente associados);
- Permanência em UTI-Neonatal por mais de 48 horas;
- Experiências auditivas insuficientes durante a chamada 1º infância;
- Privação sensorial (falta de experiência acústica no meio ambiente) que gera uma
imaturidade das vias auditivas do sistema auditivo;
- Alterações neurológicas (doenças degenerativas, alterações causadas por falta de
oxigenação cerebral pré ou pós natal);
- Infecções congênitas (rubéola, sífilis, toxoplasmose, herpes e citomegalovírus);
- Baixo peso ao nascer;
- Alcoolismo materno ou ingestão de drogas psicotrópicas na gestação;




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